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Minimum wage and financially distressed firms: Another one bites the dust

Fonte

(2022) Labour Economics , 74

Este artigo avalia o impacto das políticas de salário mínimo nas empresas portuguesas desde o desfecho do Programa de Assistência Financeira em 2014, que visavam a redução da pobreza e da desigualdade salarial. No entanto, o forte aumento da percentagem de trabalhadores a ganharem o salário mínimo, e a situação de vulnerabilidade em que muitas empresas se encontravam na sequência da crise económica e financeira de 2008/2013, gerou discussão pública sobre a sua capacidade em suportarem custos salariais acrescidos.

Após a polémica inicial, a discussão sobre o tema acabou por esmorecer com o aumento do emprego e a recuperação económica que se seguiu. Todavia, a pandemia COVID-19 e o seu impacto na situação financeira das empresas reacendeu a discussão sobre os impactos do aumento do salário mínimo.

Os resultados deste artigo apontam para que o aumento do salário mínimo reduziu o crescimento do emprego e dos lucros, tendo conduzido a uma aceleração da saída do mercado de empresas em dificuldades financeiras. Mostramos também que os aumentos do salário mínimo atuaram como um potencial acelerador da saída do mercado daquelas empresas, compensando a ineficiência dos procedimentos de insolvência. Desta forma, os nossos resultados sugerem que os aumentos de salário mínimo podem resultar num efeito de eliminação das empresas menos eficientes e economicamente inviáveis, contribuindo para uma melhor afetação dos recursos produtivos e para o crescimento da produtividade.