Susana Campos-Martins, alumna d doutoramento em Economia da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, investigadora do NIPE, a trabalhar na University of Oxford, publicou o artigo “Letter: WHO pronouncement needed careful judgment” no Financial Times, com David F Hendry.
No seguimento do artigo sobre a relevância da Organização Mundial de Saúde (OMS) na pandemia de Covid-19, os autores escreveram uma carta ao Financial Times sobre o impacto da OMS e os seus anúncios nos mercados financeiros.
Usando o modelo financeiro de volatilidade geopolítica que Susana Campos-Martins tem vindo a desenvolver com o Professor Robert F. Engle, verificaram que para um painel de 32 índices de dívida soberana à volta do mundo, dois dos maiores choques geopolíticos na amostra (1989-2020) ocorreram nos dias 9 e 12 de março do presente ano.
O primeiro corresponde à imposição do confinamento obrigatório em Itália e o segundo acontece no seguimento do anúncio da pandemia pela OMS na tarde do dia 11 de março e do discurso do Presidente Donald Trump a partir da Sala Oval no final dessa tarde. Em ambos os casos, as volatilidades dos índices de dívida soberana estiveram todas muito acima da média, o que significa um vasto impacto nos mercados financeiros.
Tivesse a OMS anunciado a pandemia mais cedo, como alguns defendem, poderia ter sido um falso alarme e resultado numa desnecessária disrupção dos mercados. Decisões desta dimensão e natureza geopolítica merecem consideração cuidada e cautela.
[fonte:EEGNEWS]